Entrevista com Ricardo Capriotti

Ricardo Tadeu Capriotti Sanches. Jornalista esportivo, apresentador e corredor nas horas vagas, “Capri” nos deu a honra de uma conversa em meio à sua rotina – com o perdão do trocadilho, “corrida” – no Grupo Bandeirantes. Ele falou com o Time Norte Marketing sobre sua participação nas corridas, treinos, seu podcast e muito mais. Confira:

Time Norte Marketing : Capriotti, é um prazer ouvir mais sobre sua jornada nas corridas! Como e por que você iniciou na prática da corrida de rua?

Capriotti: Comecei a correr em 1999. Após um procedimento cirúrgico para a retirada de varizes, eu não queria voltar a ter o problema. O médico me orientou uma caminhada diária de 30 minutos, mas logo eu já estava dando os primeiros trotes. Foi um reencontro com o esporte aos 32 anos de idade: na infância, adolescência e juventude eu havia praticado beisebol, vôlei e basquete.

Time Norte Marketing : Como você relaciona a cobertura jornalística com a corrida de rua?

Capriotti: Eu acredito que a cobertura jornalística é muito pequena, quase inexistente. Talvez pelo fato de termos provas todos os finais de semana, o apelo acaba se diluindo. Porém, as grandes provas do Brasil têm um olhar diferente por parte da mídia porque há ali um interesse maior, especialmente quando há a participação de atletas de elite, mas a grande imprensa deveria dar uma atenção maior ao tema.

Time Norte Marketing : Como jornalista, qual a maior dificuldade de conciliar a corrida de rua com a profissão?

Capriotti: O horário. Minha rotina é diferente de boa parte das pessoas. Trabalho nos finais de semana, de madrugada, em horários alternativos… Organizar os treinos neste cenário é sempre desafiador porque é como montar um quebra-cabeças semanalmente – além de ter de cuidar do sono, alimentação… Em anos de grandes coberturas, como Copa do Mundo e Olimpíada, também é difícil planejar uma maratona porque fico algumas semanas mergulhado no trabalho destes eventos. Mas eu gosto muito disso, desse desafio de conciliar tudo e conseguir completar as minhas provas, é um sentimento de superação ainda maior quando eu cruzo a linha de chegada.

Time Norte Marketing : Como surgiu a ideia do Fôlego?

Capriotti: Em 2004 eu estava correndo em um sábado pela manhã na USP e notei que o número de corredores aumentava toda semana. Pensei que tinha um público relevante interessado em obter informação sobre a modalidade, e que um programa dedicado à corrida poderia ter relevância. Nessa época eu estava trabalhando na Record TV e, junto com meu amigo Rick Bonadio, estruturamos um piloto para um programa na televisão. Infelizmente não foi possível viabilizar o produto naquele momento, mas quando eu fui convidado a retornar à Rádio Bandeirantes em 2007, condicionei minha volta a apresentação de um programa dedicado à corrida de rua. Em 2008 nasceu o Fôlego, que está no ar até hoje.

Time Norte Marketing : Qual a história mais marcante que você já ouviu no programa?

Capriotti: Em 16 anos de programa já compartilhei muitas histórias incríveis com os ouvintes. Mas vou ficar com a mais recente pelo simbolismo para os corredores. No programa do último dia 7 de janeiro eu entrevistei o Zacarias Mussi, um senhor que naquele dia estava completando 90 anos de idade e que começou a correr aos 42 anos. Ainda hoje ele corre todos os dias e participa de provas junto com a filha. Fiquei impressionado com a lucidez, vitalidade e amor à corrida que o Zacarias demonstrou ao longo da nossa conversa no Fôlego e os ouvintes ficaram encantados. Nas minhas redes sociais eu compartilhei a história, o link do programa, que também fica disponível em podcast, e os seguidores, igualmente, se emocionaram com o relato dele. Enfim, este é o poder que a corrida exerce sobre todos nós e as histórias inspiradoras que nos proporciona diariamente.

Time Norte Marketing : Já participou de alguma das provas da O2 Corre? Se sim, qual?

Capriotti: Sim, muitas vezes! Circuito das Estações, Meia de Sampa, Meia Internacional de São Paulo… Sou um frequentador assíduo dos eventos da O2.

Time Norte Marketing : Capri, para finalizarmos, deixe seu recado aos leitores. Fique à vontade!

Eu desejo que os leitores da O2 tenham um ano de muita atividade física e muita corrida, cada um em busca do seu objetivo e que isso seja alcançado com bastante saúde. O esporte tem tudo para ser o agente transformador do Brasil, do ponto de vista físico e emocional também. Se você puder influenciar alguém próximo que ainda não se mexe e precisa deste benefício, coloque como meta de 2024: a pessoa irá te agradecer no futuro. A gente se encontra por aí!”