Rodrigo Lobo conta sua experiência na Maratona de Amsterdã

24 de outubro de 2023

Rodrigo Lobo conta sua experiência na Maratona de Amsterdã

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Rodrigo Lobo é CEO e coach da Lobo Assessoria, educador físico, triatleta e corredor. Com 52,5 mil seguidores no Instagram, Rodrigo participou da última TCS Amsterdam Marathon, prova que foi considerada durante anos como a mais rápida do mundo no gênero, e dividiu suas experiências com o Time O2 Corre – que traz para você o bate-papo completo com o atleta:

Time O2 Corre: Rodrigo, é muito bom falar contigo! Como você se recuperou após a corrida e cuidou do seu corpo?

Rodrigo: Foi totalmente atípico! É normal não ter uma estrutura tão favorável quando a gente vai para uma prova fora do país: você não está perto de casa, não tem o seu tipo de alimentação adequada, não tem o seu quarto para dormir… Em Amsterdã, os hotéis não ficam tão distantes, mas a gente tem de fazer deslocamento – principalmente por transporte público – que não é ruim, mas com a chuva e frio tudo fica um pouco mais difícil. A chuva e frio acabaram derrubando um pouco a minha imunidade antes e depois da prova.

Time O2 Corre: Pode fazer um comparativo entre a Maratona de Amsterdã e outras que já participou?

Rodrigo: Amsterdã é uma prova muito gostosa, muito acolhedora. Diferente das Majors, ela não é tão grande, não tem tantos participantes, mas é uma prova extremamente emocionante por conta da largada, que acaba sendo no Estádio Olímpico de Amsterdã. É uma cidade muito bonita, muito arborizada, é realmente encantadora! É uma prova para colocar na wishlist de todo mundo que pretende fazer maratonas pelo mundo. O único ponto de atenção é o clima: geralmente nesse período do ano, é um tempo um pouco mais úmido. A chance de chuva ou garoa é muito grande na prova, assim como o vento e mudança abrupta de clima. Os postos de hidratação – para quem está acostumado com outras maratonas – são um pouco mais espaçados, de forma irregular. Se você não cuidar disso e carregar sua própria hidratação e suplementação, pode ter a performance prejudicada.

Time O2 Corre: Teve algum momento de dúvida durante a maratona? Como você lidou?

Rodrigo: A gente precisa respeitar a maratona. São mais de 42 km, então nesses quilômetros muitas coisas acontecem. Acaba sendo uma representação muito perfeita do que acontece na nossa vida: a gente tem sempre altos e baixos o tempo todo, então não adianta a gente acreditar que tudo vai ser perfeito. E também tem interferências externas, principalmente a interferência climática. Isso acaba fazendo com que a gente precise driblar essas diversas adversidades, trabalhar nossa mente e rapidamente voltar para o jogo, com força, com garra e energia.

Time O2 Corre: Você teve algum ritual antes da corrida que te ajudou a acalmar os nervos?

Rodrigo: Gosto muito de me interiorizar e respirar fundo. Não gosto de correr com música – inclusive não recomendo fazer provas escutando música. Em vários momentos eu acabei lembrando os bons treinos que foram feitos, todos os anos de treino de corrida que eu tenho no currículo… Gosto muito de rezar, vou rezando muito ao longo da prova para sempre ter uma luz que me guie até a linha de chegada.

Time O2 Corre: Quais são seus próximos objetivos no mundo da corrida de rua?

Rodrigo: Correr pela vida toda, inspirando pessoas e inspirando minha família. De provas na corrida, eu quero finalizar o ano com pelo menos uma ou duas meias-maratonas bem feitas, e ainda tentar melhorar meu RP. Também sou triatleta, então talvez eu tenha duas provas de triathlon pela frente – provavelmente o Ironman 70.3 Fortaleza, que eu ainda vou decidir se vou fazer ou não por conta da perda de performance que eu tive depois desse pós prova de Amsterdã. E também outras provas com distâncias menores pelo Brasil.

Time O2 Corre: Qual conselho você daria para aqueles que aspiram correr uma maratona em outro país?

Rodrigo:

Dedique-se muito, porque tudo vale a pena. Tenha cuidado com não só o planejamento da viagem, mas leve bem a sério o processo de treino. Cuidado com a sobrecarga excessiva e as lesões na reta final, porque é uma prova que a gente coloca muita coisa em jogo. Vá com calma, vá com paciência, comece o processo de treino bem antes, para que tenha tempo hábil de fazer a preparação devida”.

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